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A unha longa da guerreira e porque ela não vai ser a vencedora tão cedo

Atualizado: 11 de mai. de 2024

Enquanto guerreira é um elogio hipervalorizado, a mulher vai ficando cada vez mais bélica, inclusive com ela própria e isso tem consequências desastrosas.


As mulheres tem tido um orgulho cada vez maior desse rótulo, porque isso as qualifica como o oposto do que enxergam na maioria dos homens que desprezam: inertes.


Esse inerte é o pai ausente, o marido alcoólatra, a amigo omisso. As referências fracas masculinas que fizeram mulheres amadas sofrerem como a mãe e a avó. As tias, as amigas, há sempre uma lista grande de mulheres que cada uma de nós sabe que sofreu por inércia, incapacidade ou omissão de algum homem.


É um ato de vingança velada, assim como honra estampada em cores quentes: olha, mãe, eu venci, sou mais forte que os homens que conhecemos.


No mercado de trabalho esse traço cai bem como um vestido vermelho num encontro (com um homem que seja mais homem do que essa mulher). Hoje enfrentam a guerra do cotidiano, se enchem de cortisol, desenvolvem transtornos psíquicos e se odeiam mais e mais dia após dia porque a luta nunca cessa e não se chega a um lugar satisfatório.


Esse ódio vem de um vazio. De uma luta constante que ninguém vê vitória, onde o troféu não vom com a tarja "vencedora", É só guerreira mesmo.


A luta dessa foi mudando de lugar à medida que foi conquistando mais e mais e o vazio continua alí. Primeiro era um bom cargo, um bom salário, depois um lugar bom para morar, uma carro suntuoso, Enquanto isso, essa mulher constroi (ou se cobra ter construído) um corpo e lá se vão horas na academia e muita dieta além de muitos procedimentos porque ela simplesmente não se sente pronta para a guerra. Através dos ganhos, quer mostrar que venceu. Mas o vazio continua alí, Projeta isso num relacionamento, pronta para se desapontar, afinal o abandono e o nào reconhecimento sáo destinos certos. Se o alvo afetivo não abandonar, ela mesma o faz, e adivinha do que ela o acusa? Fraco e insuficiente. Exatamente com ela se sente ao final das contas.


Projeta no outro o que não tem em si, espera do outro o que o imagina (e as vezes está certa) que o pai não fez.


Essa mulher nào sabe relaxar, deixar fluir. Ela está adoecida. E seus traços aqui descritos como destrutivos caem muito bem no mercado de trabalho. Então ela aceita a dança do mercado mais uma vez, alonga as unhas e vai.


Essa sensação de vingar as ancestrais, de humilhar os inertes acaba por se tornar viciante, E nao percebe, mas tem outros ganhos secundários, como sempre estar certa, afinal está fazendo algo. Não está livre de cobranças, afinal algo nela ainda precisa ser melhorarado seja o corpo, a formação ou o status mas está livre de culpa, afinal ela não está parada.


E o corpo paga o preço que o treino pesado não supre. E por falar em treino, é um alimento e um castigo simultaneamente.


O excesso de atividades e conteúdos mascaram a dor, a solidão e o vazio. E ela acaba com raiva das mulheres que são mais fortes do que ela, afinal são uma ameaça, elas se conhecem e sabem do que são capazes para chegarem no topo. E olha com desdém e desprezo para a que escolhe viver sem a guerra, a que não ostenta as mesmas credenciais de dinheiro, poder ou beleza indpendente de ter ou não.


E no outro dia, tudo recomeça, afinal, tem muita gente ganhando com esse ciclo.


Agora me diz, quer saber mais sobre isso, vamos explorar mais a fundo como essa mulher sai desse ciclo? Isso pode ser mais justo.


Essa mulher pode fazer as pazes com ela própria, achar um sentido maior nas suas ações, sair desse vazio, se preencheer novamente e se sentir vitoriosa sem se desfazer, sem perder seu sentido quando a luta encerra.






 
 
 

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